Blog

Para começar bem a vida com a saúde ocular.

Teste do olhinho é exame feito em recém-nascidos que ajuda a diagnosticar diferentes problemas oftalmológicos, de catarata ao câncer.

Detectar problemas de saúde precocemente é de suma importância para que as chances de reabilitação e cura sejam aumentadas. Com os olhos, a lógica permanece a mesma. Por isso, o teste do olhinho é um dos primeiros a ser realizado no recém-nascido. Este exame é indispensável, pois detecta possíveis alterações no olho do bebê, podendo, assim, dar possibilidade de o médico agir de forma precoce para minimizar o prejuízo da visão do pequeno paciente no futuro.

Existem dois tipos diferentes do teste do olhinho. O primeiro, também conhecido como teste do reflexo vermelho, é feito pelo pediatra ainda na maternidade, antes do bebê receber alta hospitalar. Se trata de uma Lei do Estado de Pernambuco (Lei 17.807), que obriga maternidades e estabelecimentos hospitalares a realizarem o exame de forma gratuita em todas as crianças nascidas em suas dependências. O segundo é mais completo e detalhado, realizado pelo oftalmologista nas primeiras se- manas de vida do recém-nascido, após dilatação de pupila. “É importante ressaltar que o teste do olhinho da maternidade não exclui a necessidade de se fazer o teste do olhinho com o médico oftalmologista, porque o teste realizado na maternidade é um exame de triagem, que tem a sua importância por conseguir detectar doenças como a catarata congênita, mas ele é considerado um exame menos minucioso do que aquele realizado pelo médico oftalmologista”, ressalta Dra. Camila Ventura, oftalmologista do HOPE, especialista em retina e retina pediátrica.

Na maternidade, o teste do olhinho é feito pelo pediatra através do oftalmoscópio, no qual se vê o reflexo da retina do bebê. Estando normal, aparece um reflexo alaranjado ou vermelho, como nas fotos tiradas com flash. “Já no teste realizado pelo oftalmologista, vemos a
estrutura mesmo, a anatomia em detalhes e grande aumento. Então, além de avaliarmos o reflexo vermelho, vemos também se o bebê tem hipermetropia ou miopia através do retinoscópio, um aparelho que emite uma faixa de luz e de acordo com o movimento, deter- minamos o tipo de grau. Também avaliamos a estrutura do olho, como córnea, cristalino (se existe alguma opacidade) com o oftalmoscópio e OBI, e fazemos o mapeamento de retina. Além de avaliar se o bebê tem estenose do canal lacrimal”, explica Dra. Larissa Ventura, oftalmopediatra do HOPE.

Essencial para diagnóstico precoce

São vários os problemas que podem ser detectados pelo teste do olhinho. O mais comum é a catarata congênita. “Ela cursa com a opacidade da lente natural localizada dentro do olho. Pode ser secundária a infecções durante a gravidez ou até mesmo não ter causa aparente (idiopática). Uma vez instalada, a opacidade do cristalino dificulta o desenvolvimento da visão do recém-nascido, podendo levar à cegueira ou deficiência visual irreversível se não tratada nos primeiros meses de vida”, afirma Dra. Camila Ventura. A maioria dos casos de catarata congênita necessita de cirurgia, dependendo do seu tamanho e acometimento da visão. O procedimento deve ser realizado nos primeiros meses de vida para aumentar o potencial visual da criança. Segundo Dra. Larissa Ventura, o glaucoma congênito “é mais raro e afeta de recém-nascidos até crianças por volta dos três anos de idade. O aumento da pressão intraocular pode afetar o funcionamento do nervo óptico e causar cegueira irreversível se não tratada precocemente”, destaca. A doença consiste em uma deficiência de drenagem do humor aquoso, aumentando a pressão do olho. O tratamento é essencialmente cirúrgico, podendo necessitar de complemento com colírios. A retinopatia da prematuridade ocorre em bebês prematuros, geralmente menores que 32 semanas e peso inferior que 1,5 kg. Esses pacientes podem apresentar maior risco de terem alterações vasculares e descolamento de retina, afetando a visão de forma permanente se não diagnosticada logo.

Segundo as especialistas do HOPE, o paciente acometido pelo problema será acompanhado pelo oftalmologista especializado em retina, podendo fazer uso de laser ou injeções com medicação antiangiogênica para evitar descolamentos de retina. Uma outra doença que pode ser identificada através do teste do olhinho é o retinoblastoma que é o tumor maligno mais comum da infância e, de vido à sua agressividade, pode atingir o cérebro em poucos meses e levar à morte. Os principais tipos de tratamento são cirurgia, terapia a laser, radioterapia e quimioterapia.

Continuidade que faz a diferença

Pela orientação da Sociedade Brasileira de Oftalmopediatria (SBOP), após o teste do olhinho, a criança necessita retornar para acompanhamento em um intervalo que varia de seis meses a um ano. O HOPE disponibiliza uma área dedicada ao recém-nascido, com uma equipe composta por especialistas em oftalmopediatria e retina, que realizam o teste do olhinho. No espaço, há uma sala de amamentação, para as mães esperarem com seus bebês no conforto, silêncio e penumbra; outra sala especial mais reservada para dilatação. O HOPE também tem um espaço para fazer o teste da orelhinha e da linguinha, dessa forma, o bebê já faz os exames solicitados pelo pediatra após a alta hospitalar em um só momento e lugar. Ao fim do atendimento, a mãe ganha uma pasta com os exames e um caderno com todas as orientações em relação ao desenvolvimento da criança, além de uma camiseta especial de “bebê HOPE”, integrando ainda mais o paciente ao serviço oftalmológico.

Matéria da Revista Ponto de Vista – Ed. 05 

Acompanhe o Hope no Instagram