Inteligência artificial ajuda na saúde dos olhos
O uso da Inteligência Artificial está em expansão na medicina. A Inteligência Artificial elabora dispositivos que simulam a capacidade humana de racionar e resolver problemas, permitindo que novos elementos sejam utilizados para diagnósticos mais precisos e tratamentos adequados. Por meio de dispositivos, é possível identificar, por exemplo, ritmo cardíaco normal, casos de depressão e anormalidades em exames de imagem.
Recentemente, um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos, China e Alemanha desenvolveram um algoritmo para avaliar tomografias de coerência óptica da retina. Esse exame avalia as camadas da retina e permite identificar alterações que podem levar à perda da visão – essas alterações são provocadas por doenças como retinopatia diabética, edema macular diabético e Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). Numa amostragem com mais de 200 mil imagens, o algoritmo errou apenas 6,6% dos casos.
Alinhado a essa inovação, o Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE) vem investindo na Inteligência Artificial. A tese de mestrado da médica oftalmologista Bruna Ventura, em 2012, já fazia uso dessa tecnologia. O estudo tinha dentre os objetivos diagnosticar uma doença chamada ceratocone – que tem como característica o afinamento na estrutura da córnea e um aumento na sua curvatura – e ver se com a ajuda da Inteligência Artificial o aparelho a detectava de forma mais precoce. “É interessante porque se fossemos avaliar variáveis específicas e de forma isolada de um aparelho, teríamos uma performance X para identificar uma doença. Quando utilizamos a Inteligência Artificial para analisar de forma conjunta centenas de varáveis, a máquina escolheu algumas e a partir delas conseguiu melhorar muito essa performance”, explica a médica.
Ao longo dos anos essa área só se desenvolve. Isso impacta não só na assistência ao paciente, mas também permite otimizar processos e reduzir custos – ainda de acordo com os pesquisadores internacionais citados no início do texto, o diagnóstico preciso viria antes com o uso da Inteligência Artificial, sendo necessários menos exames e consultas com especialistas.
“Os programas de computadores processam um número muito maior de informações e isso impacta, também, na segurança do paciente, uma vez que auxiliam na tomada de decisão e escolha terapêutica”, afirma o médico oftalmologista Bernardo Cavalcanti, também da equipe do HOPE. Apenas uma ressalva é importante: a Inteligência Artificial não substitui os médicos, mas apresenta-se como forte aliada na avaliação do paciente. “A capacidade de avaliar milhares de dados simultaneamente e identificar padrões para chegar a conclusões específicas, aliado à experiência médica e humanização só trarão mais benefícios aos pacientes com o passar dos anos”, completa Bruna Ventura.