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Existe colírio para tratar a catarata?

Os colírios oftalmológicos podem ser usados na prevenção e tratamento de diversas doenças e desconfortos oculares, como, por exemplo, ressecamento, alergia, conjuntivites e outras inflamações. Entretanto, apesar de vários estudos no mundo inteiro, nenhum colírio ainda cura a catarata. Muitas vezes descrita pelo paciente como causando uma sensação de névoa na visão ou que ele está enxergando através do vidro de uma janela embaçada, a catarata é qualquer tipo de diminuição da transparência do cristalino, a lente que está presente dentro do nosso olho.

O cristalino transparente é muito importante para o processo de criação de imagem. Juntamente com a córnea, que direcionam os raios de luz para uma região central da retina, denomina – da de mácula.

Emy Holanda explica como a catarata afeta a visão. “Com a diminuição da transparência do cristalino, ocorre uma perda na quantidade de raios de luz que conseguem penetrar no olho, pois o cristalino opacificado funciona como uma barreira, e parte dos raios de luz deixam de ser focalizados na mácula”.

“Na catarata, primeiro acontece a diminuição da nitidez da visão, com as cores ficando desbotadas e com a formação de halos (anéis ao redor de luzes) ou aumento do reflexo de faróis, principalmente no final do dia.

Depois, com a progressão da catarata, torna-se cada vez mais difícil de enxergar para longe”, comenta o médico. A visão de perto pode estar preservada em alguns pacientes, embora, com a evolução do quadro, essa capacidade também estará prejudicada.

A principal causa de catarata é o envelhecimento. Surge geralmente a partir dos 50 anos e pode acometer os dois olhos de forma diferente. Nessa categoria de catarata senil, a perda da transparência pode iniciar em qualquer região do cristalino. “Quando a catarata se manifesta na região mais central, os sintomas visuais aparecem de forma mais precoce, mas quando iniciada em uma região mais periférica da lente, o paciente pode demorar um pouco para perceber as alterações em sua visão”, informa Dr. John Emy Holanda. Os sintomas, portanto, podem ser variáveis entre cada paciente e entre cada olho de um mesmo paciente.

Além da idade, alguns fatores podem contribuir para o surgimento ou acelerar a progressão da catarata, são eles: hábitos de vida, como exposição à radiação solar sem proteção adequada; uso de medicações, como os corticoides orais ou inalatórios; doenças sistêmicas, como o diabetes; algumas doenças oculares, como a uveíte; doenças genéticas e acidentes ou traumas oculares.

Alguns bebês podem apresentar catarata desde o nascimento. Trata-se da catarata congênita. Esse quadro pode estar relacionado a infecções adquiridas durante o período gestacional ou a condições genéticas. Por lei, todo recém-nascido deve ser submetido ao teste do olhinho, para detecção precoce de opacidade do cristalino, como explica o médico oftalmologista Marcelo Ventura. “Apesar de alguns bebês com catarata apresentarem a menina dos olhos (pupila) esbranquiçada, em muitos não é possível perceber nenhuma alteração no olho a não ser que o bebê faça o teste do olhinho. Esse exame é indolor e rápido. Quanto mais precocemente se diagnostica a catarata em um bebê, maiores as chances de se iniciar o tratamento adequado e isso não deixar sequelas visuais.”.

Quando um adulto é diagnosticado com catarata, é comum ele indagar se atualizando o óculos irá resolver seu problema de visão. “No estágio inicial da catarata, a visão pode ser até um pouco melhorada com o uso de óculos, contudo a única solução para que o paciente volte a enxergar realmente bem é a cirurgia de catarata. Não existe nenhum colírio efetivo que cure a catarata e evite a cirurgia”, adverte Dr. Marcelo Ventura. A partir do momento que se identifica a perda de transparência do cristalino e o paciente percebe que sua qualidade visual não é mais satisfatória para suas atividades trazendo prejuízo para qualidade de vida, a cirurgia como tratamento da catarata é recomendável.

O procedimento cirúrgico consiste na troca do cristalino opacificado por uma lente artificial, que é inserida dentro do olho. O processo é rápido e indolor, realizado na maioria das vezes com colírio anestésico e a retomada às atividades diárias acontece em alguns dias, na maioria dos casos. “Existem dois tipos de cirurgias de catarata: o método tradicional, que é feito através do corte, por bisturi, realizado pelo cirurgião. E a cirurgia a laser, em que o equipamento realiza várias etapas cirúrgicas de forma personalizada e com a precisão de um laser, antes do médico dar seguimento com a substituição da catarata por uma lente artificial transparente”, comenta o médico oftalmologista Marcelo Ventura.

O HOPE, pioneiro em tecnologia, oferece o que há de mais moderno no mundo quanto ao tratamento de catarata, como a cirurgia à laser e uma gama de lentes artificiais de alta tecnologia. Com a substituição do cristalino por uma dessas lentes artificiais de alta tecnologia, além de reestabelecer a visão do paciente com a cirurgia, é possível corrigir o grau apresentado, como miopia, hipermetropia, astigmatismo e em alguns casos, a presbiopia, a chamada vista cansada, que é a dificuldade de leitura sem o uso de óculos.

A catarata, caso negligenciada e não tratada, pode levar a perda total da visão. Segundo a Organização Mundial de saúde (OMS), a doença é a maior causa de cegueira reversível do mundo, ou seja, através da cirurgia, toda a visão que estava comprometida pela catarata, é recuperada.

Vale ressaltar que várias estruturas do olho, como a córnea, a retina e o nervo óptico, juntamente com o cristalino, influenciam na visão do paciente. Então, caso além da catarata o paciente apresente outra alteração ou doença no olho que interfira na sua visão, a avaliação adequada antes da cirurgia com um especialista em cirurgia de catarata é importante para que a cirurgia seja planejada e realizada de forma personalizada, baseada nas necessidades do olho daquele paciente. “Essa avaliação adequada também é muito importante para que o paciente saiba qual o resultado visual é esperado com a cirurgia.”, pontua Dr. Marcelo Ventura.

O médico conclui que a imensa maioria das pessoas perderá a transparência do cristalino ao envelhecer. No entanto, com uma cirurgia realizada com recursos tecnológicos adequados e por um especialista em cirurgia de catarata, é possível reestabelecer a visão com segurança e de forma indolor.

*Matéria publicada na Revista Ponto de Vista do HOPE, ed.04.

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