É verdade que o “grau” volta depois da cirurgia refrativa?
É muito improvável que ocorra o retorno do grau desde que sejam respeitadas as normas corretas para indicação da cirurgia, bem como tomados os cuidados adequados tanto no pré como no pós-operatório. Pois para garantir que o alto índice de sucesso do procedimento se converta em um quadro definitivo da visão, é preciso transitar por uma equação que envolve idade, estabilidade do grau ocular e um conjunto de recomendações. Com atenção a esses pré-requisitos, por meio da cirurgia refrativa, o paciente pode corrigir deficiências como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia – vista cansada. Primeiro, é preciso entender o porquê do seu nome: refrativa. O dicionário nos ensina que refração é a mudança de direção de uma onda. E é exatamente isso que a cirurgia faz, corrige os erros refracionais do olho. “Ela atua basicamente modificando a curvatura corneana e, com isso, melhora o estado refracional do olho. Esse procedi- mento reduz ou elimina a necessidade de correção visual por meio de óculos ou lentes de contato”, explica o médico oftalmologista do HOPE Pedro Leonardo Soriano.
“Para realizá-la, utilizamos o Excimer Laser, que promove a remodelação da superfície corneal, ou seja, modifica a curvatura da córnea para que a imagem seja foca- da nitidamente na retina. Assim, os erros refracionais são corrigidos”, detalha a médica oftalmologista do HOPE Ana Cecília Escarião. Como envolve o uso de tecnologia avançada, o processo é rápido, dura em torno de 15 minutos, sendo poucos os segundos da aplicação do laser em si. Os olhos recebem anestesia tópica, apenas com colírio. “É um procedimento indolor, no qual o paciente fica acordado durante todo a cirurgia, sendo liberado do hospital no mesmo dia”, complementa a oftalmologista.
Antes, porém, para viabilizar o sucesso do procedimento, o paciente precisa passar por uma avaliação oftalmológica criteriosa. É necessário realizar vários exames, como topografia corneal, paquimetria, tomografia corneal, microscopia especular, aberrometria e mapeamento de retina. “Alguns fatores, como a espessura e curvatura da córnea, são fundamentais para a decisão quanto à cirurgia”, defende Dra. Ana Cecília Escarião.
Além dos exames, ela frisa que o ideal é realizar o procedimento após os 21 anos de idade e com grau estável há pelo me- nos um ano. A faixa ideal para correção na miopia com laser é de -1.00 até -8.00 graus e para hipermetropia até 6.00 graus. O procedimento, entretanto, é contraindicado para quem tem diabetes sem controle clínico, está gestante, possui ambliopia ou doenças sistêmicas autoimunes como lúpus, eritematoso sistêmico e artrite reumatoide. “Ainda devem evitar os pacientes com catarata, herpes ocular e outras patologias da córnea, como ceratocone. O glaucoma é uma contraindicação relativa”, pondera Dr. Pedro Leonardo Soriano.
Técnicas e recomendações
Com baixo índice de complicações, principal- mente quando o paciente segue as orientações médicas, a cirurgia refrativa pode ser realizada por diversas técnicas. As mais usadas são o PRK (ceratectomia fotorrefrativa) e o LASIK (laser assisted in situ keratomileusis). Com o primeiro, é realizada uma raspagem para remover o epitélio da córnea (camada mais superficial), e então é aplicado o laser, corrigindo o grau do paciente. “Terminado esse procedimento, uma lente de contato terapêutica é colocada na superfície da córnea para promover a cicatrização e o alívio do desconforto nos primeiros dias do pós-operatório”, conta a médica oftalmologista Ana Cecília Escarião Já no LASIK, o médico cria o flap corneal, cortando uma fina camada da córnea com o laser (laser de femtosegundo). Depois, outro laser é utilizado para a correção do grau. “Terminada a aplicação, o flap é reposicionado. A cirurgia refrativa precisa de equipamento extremamente qualificado e moderno aliado à experiência clínica do médico”, sublinha a oftalmologista. Para o Dr. Pedro Leonardo Soriano, trata-se de um procedimento que apresenta poucas complicações e excelentes resultados. “O HOPE oferece o que há de melhor na cirurgia refrativa: equipamentos a laser sofistica- dos e de alto nível, equipe bem treinada e disponibilidade para realização de todos os exames”, destaca o médico, que ainda lembra dos cuidados pós-operatório, como uso correto dos colírios, evitar coçar os olhos, maquiagem ao redor dos olhos, e banhos de mar e de piscina por 30 dias, além de uso contínuo de óculos de sol. Após dois meses, as atividades podem entrar no fluxo normal.
*Matéria publicada na Revista Ponto de Vista do HOPE, ed.04.