A saúde auditiva no uso do fone de ouvido

Utilizado para lazer, atividades físicas e até trabalho, o fone de ouvido já faz parte do dia a dia de quem gosta de privacidade e concentração na hora de escutar alguns sons. Porém, sua popularidade não é motivo de despreocupação, já que é preciso estar atento às formas de utilização do aparelho para não sofrer com as consequências do mau uso. Colocar o fone em apenas um ouvido, por exemplo, já é motivo para atenção, como explica a médica otorrinolaringologista do HOPE, Raquel Rodrigues. “A perda auditiva assimétrica é a principal preocupação neste caso. Essa assimetria impacta na qualidade de vida do usuário, pois, além da dificuldade em escutar, existe também os problemas na discriminação e na localização sonora”.
As patologias trazidas pela má higienização do fone e dos ouvidos também são pontos que merecem atenção, já que as doenças mais comuns trazidas pela limpeza inadequada são as infecções da pele do conduto auditivo externo, as chamadas otites externas. O acúmulo de água é a principal causa da otite, uma vez que a umidade auxilia o crescimento bacteriano e fúngico. Além disso, o uso de cotonetes e outros objetos pode danificar a camada de pele que reveste o canal, causando esse tipo de inflamação. O ouvido possui uma curvatura do canal e glândulas de secreção que atuam como defesa natural e ajuda a mantê-lo limpos. Então, deve-se evitar o excesso de umidade no ouvido, lesões no canal auditivo e o compartilhamento do fone, para evitar contaminação cruzada, são as principais maneiras de manter um ouvido livre de infecções.
“Além de infecções, o paciente pode sofrer com zumbidos no ouvido que afetam bastante a qualidade de vida, mas a mais temida é a perda da audição porque ela é irreversível e pode se iniciar precocemente”, informa a médica Raquel. Quanto mais precoce o uso de fone de forma inadequada, mais precoce é o início da perda auditiva. Então, os jovens precisam de uma atenção dobrada na hora de escutar suas músicas.
Para prevenir danos mais graves é preciso conhecer mais sobre os tipos de fones existentes no mercado, além da forma correta de armazenamento e o volume adequado para o uso. É sempre importante lembrar que em caso de dúvidas é fundamental uma consulta com o otorrinolaringologista.
TIPOS DE FONES
Vários modelos estão disponíveis no mercado, mas é preciso cautela na hora de adquirir o seu. Existem fones de ouvido que são intra-auriculares e os externos tipo concha. Cada modelo tem suas vantagens e desvantagens. O modelo intra-auricular amplifica melhor o som, pois a saída sonora está mais próxima a membrana timpânica. Em contrapartida, isola menos o ruído externo. O fato de ser introduzido diretamente no conduto também aumenta a chance de causar alguma lesão na pele, principalmente se o material for mais rígido, isso leva a dor e aumenta os riscos de infecção. O modelo concha é conhecido popularmente pelo nome de headphone. Ele amplifica menos o som, porém o isolamento de ruídos externos é mais eficiente, gerando uma tendência de não colocar o volume tão alto. Se não usados de forma adequada ambos podem prejudicar a saúde.